sexta-feira, 6 de julho de 2007

Neue Sachlichkeit


Um estilo internacional e objetivo, é assim que podemos definir o grupo da Neue Sachlichkeit .
O grupo iniciou-se com os arquitetos Mart Stam e Lissitzky e influenciou arquitetos suíços chamados de ABC. Este grupo suíço definiu suas idéias criando a revista ABC em 1924, nesta publicação ficaram claras as influências da Neue Sachlichkeit segundo princípios de antimonumentalidade, uso de princípios científicos e de funcionalidade além do caráter social do grupo.
A Neue Sachlichkeit também esteve presente na Alemanha onde esteve ligado ao programa habitacional da República de Weimar. Uma característica dos projetos alemães era a disposição das casas em fileiras e a separação das mesmas por uma distância que permitisse ventilação e iluminação. Outra característica é a orientação das salas de estar ou para o sul ou para o oeste tendo como vista uma área verde de uso comunitário.
Um dos projetos mais significativos da Neue Sachlichkeit na Alemanha foi a Bruchfeldstrasse em 1925, casas em ziguezague projetada por Ernst May e C. H. Rudloff. May ainda coordenou a construção de 15 mil unidades habitacionais em Frankfurt, construídas segundo critérios de “eficiência e economia tanto no projeto quanto na construção”.

Ville Radieuse - utopia moderna


“A maquinaria da sociedade, profundamente desengrenada, oscila entre uma melhora, de importância histórica, e uma catástrofe. O instinto primordial de todos os seres humanos é garantir um abrigo. As diferentes classes de trabalhadores de nossos dias não mais têm moradias adaptadas às suas necessidades, e o mesmo se pode dizer acerca do artesão ou do intelectual. O que se encontra na raiz da inquietação social de hoje é uma questão de construção: arquitetura ou revolução.”
Le CorbusierVers une architecture, 1923

Já Le Corbusier propõe na sua Vila Radiosa uma cidade dividida em zonas de faixas paralelas em que cada faixa se destinaria a um uso previamente estipulado. Assim, existiriam faixas para a zona de educação, comércio, transporte, hoteis e embaixadas, indústria leve e pesada,armazéns e trens de carga,e zona verde.
Na Vila Radiosa seria uma cidade da máquina onde todos os edifícios estariam sobre pilotis, possibilitando a existência de uma área verde contínua para o uso de pedestres.
Um fator importante na Vila Radiosa era a residência. Cada centímetro quadrado era distribuido racionalmente e as divisões internas reduzidas ao mínimo, assim como a cozinha e os banheiros. Era a moradia da era da máquina.

A utopia Wrightiana


“Otimista, não política, não urbana, camponesa: nossa imagem da cidade é efectivamente tudo isso. Esta é a ideia realizável de uma cidade orgânica, social e democrática, resultante de uma sociedade criadora em resumo, de uma cidade viva.”
Frank Lloyd Wright


Em 1932 Frank Lloyd Wright propõe o projeto de Broadacre City, feito juntamente com seus alunos em um artigo chamado The Disappearing City. O arquiteto rejeita a vida que as pessoas levam nas grandes cidades e propõe um novo modo de vida segundo uma “urbanização ruralizada”.
Broadacre City é uma cidade ideal onde a existência da máquina possui uma grande importância. Nela existiriam recursos básicos de sobrevivência como o carro, o rádio, o telefone, o telégrafo e bens de consumo mecanizados padronizados.Estes recursos seriam baseados na eletricidade, na mecânica e na arquitetura orgânica, considerados por Wright como elementos primordiais para a modificação da sociedade ocidental.
Outro conceito colocado como inseparável de Broadacre City seria a cultura usoniana. Segundo Wright, a casa usoniana possui quatro características: uso de materiais naturais; eliminação de elementos como telhado, sótão e porão; mobiliário e ornamentos orgânicos e programa solucionado em um só pavimento.
O mais importante conceito proposto em Broadacre City era a Fazenda Modelo Walter Davidson (1932). Nela, cada homem teria , desde o nascimento, uma acre de terra reservado onde faria o cultivo de seus alimentos. Tais habitantes seriam também operários de meio expediente em fábricas rurais.

CIAM



Os Congressos Internacinais de Arquitetura Moderna (CIAM) são várias conferências realizadas por arquitetos modernistas para discutir os rumos da arquitetura da modernidade. Ao todo foram dez conferâncias realizadas, sendo que a primeira em 1928 na cidade de La Sarraz, Suíça, e a última em 1956 Dubrovnik, Iugoslávia.
Do encontro de 1933 em Atenas surgiu a Carta de Atenas, um documento que definia como funções básicas dda cidade a habitação, o lazer, o trabalho e a circulação. Segundo a Carta de Atenas as necessidades do homem deveriam ser resolvidas de uma forma clara e funcional.
As idéias contidas neste documento influenciam vários planos de reconstrução de cidades eurapéias após a Segunda Guerra Mundial. No Brasil, a cidade de Brasília é um exemplo de planejamento urbano que contém as teorias da Carta de Atenas.

Unidade de Habitação de Marselha




O arquiteto franco-suíço Lê Corbusier projeta a Unidade de Habitação de Marselha em 1947-52 para um plano de reconstrução do governo francês após a II Guerra Mundial.
O edifício foi concebido seguindo as proporções da escala Modulor. O Modulor é um sistema de medida desenvolvido por Lê Corbusier entre 1942 e 1948, em que o arquiteto procurava a harmonia em seus projetos tendo o homem como a medida de todas as coisas.
Tendo o habitar como a problemática principal o arquiteto projeta todos os detalhes da construção, desde a organização do espaço até os móveis e equipamentos para a cozinha.
Outro fator importante da edificação de Marselha é a preocupação com o conforto ambiental, levando a criação dos chamados brise-soleil, elementos importantes no controle da insolação.
A Unidade de Habitação em Marselha é pensada segundo os pontos da arquitetura moderna: sustentação por pilotis, existência do terraço-jardim, da planta e da fachada livre.
Lê Corbusier propôs neste edifício áreas destinadas ao uso privado e áreas destinadas ao uso público. Além das 337 residências existem as ruas comerciais, com lojas de 1ª necessidade, um hotel com restaurante e áreas de lazer para crianças e adultos na cobertura.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

na cidade luz...


“[...] Sob o Segundo Império, Haussmann ocupa-se apenas dos bairros bons e constrange os proletários a um um êxodo para a periferia. Às margens de suas brilhantes avenidas , os pardieiros prosperam sem peias [...]”

Durante o Segundo Império de Napoleão (1851-1870) Paris passa por uma modificação urbana coordenada pelo barão Georges Haussmann. Haussmann notou as condições intoleráveis da cidade originadas pelo crescimento da população.
Nessas condições ele alargou ruas, construiu grandes avenidas, derrubou casas. Com isso, plantas de residências foram padronizadas e as fachadas foram regularizadas.
Neste contexto surgem os palácios parisienses, apartamentos destinados tanto para moradores mais abastados quanto para pessoas de menor poder aquisitivo.
Existiam os apartamentos de primeira classe, para indivíduos com fortunas maiores. Possuíam duas orientações, uma para o pátio e outra para a rua. Este tipo de habitação não possuía mais do que quatro apartamentos, sendo que três possuíam pé-direito elevado. O último pavimento é destinado a famílias mais pobres. Esta hierarquia pode ser verificada na escada que dá acesso a este último andar, enquanto os outros pavimentos possuem escadas de pedra o acesso ao pavimento mais elevado é feito através uma escada de madeira.
Assim como o imóvel de primeira classe os edifícios destinados a segunda classe também eram erguidos sobre adegas e porão. Diferentemente da construção de primeira classe este possui cinco pavimentos e dois apartamentos por andar. Possui duas escadas uma principal destinada aos moradores e outra secundária de serviço, sendo que, neste caso, a escada de principal é feita toda de madeira. Uma peculiaridade deste edifício é que o primeiro e o segundo pavimentos são normalmente destinados a lojas.

espíritos “clarividentes”


Entendendo que a construção de boas moradias era a chave da paz social e também o melhor meio de combater o socialismo, surge em Paris uma sociedade que desejava construir vilas com habitações sadias para o operariado. Tais habitações seriam alugadas a preços menores que as moradias insalubres em que o proletariado vivia.
Em 18 de novembro de 1851 foi inaugurada a “Cité Napoléon” localizada na rue de Rochechouart. Suas instalações foram habitadas por completo em 1853. Habitavam neste edifício cerca de 600 pessoas que eram divididas em duzentas moradias.